REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA
(LECTIO DIVINA)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
Sábado da 3ª Semana da Quaresma
1) Oração
Ó Deus, alegrando-nos cada ano com a celebração da
Quaresma,
possamos participar com fervor dos sacramentos pascais
e colher com alegria todos os seus frutos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 18, 9-14)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas - Naquele tempo,
9Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se
vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros: 10Subiram
dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano. 11O
fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que
não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o
publicano que está ali. 12Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo
de todos os meus lucros. 13O publicano, porém, mantendo-se à
distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito,
dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! 14Digo-vos:
este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar
será humilhado, e quem se humilhar será exaltado. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lc 18,9-14
* No Evangelho de hoje,
Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano para ensinar como rezar. Jesus
tinha outra maneira de ver as coisas da vida. Ele via algo de positivo no
publicano, de quem todo mundo dizia: “Ele nem sabe rezar!” Jesus vivia tão
unido ao Pai pela oração, que tudo se tornava expressão de oração para ele.
* A maneira de apresentar a
parábola é muito didática. Lucas dá uma breve introdução que serve como chave
de leitura. Em seguida, Jesus conta a parábola e, no fim, o próprio Jesus faz a
aplicação da parábola na vida.
* Lucas 18,9: A introdução. A
parábola é apresentada com a seguinte frase: "Jesus contou ainda esta parábola para alguns que, convencidos de
serem justos, desprezavam os outros!" A frase é de Lucas. Ela se
refere, ao tempo de Jesus. Mas ela também se refere ao tempo do próprio Lucas e
ao nosso tempo. Sempre há pessoas e grupos de pessoas que se consideram justos
e fiéis e que desprezam os outros como ignorantes e infiéis.
* Lucas 18,10-13: A parábola. Dois
homens sobem ao templo para rezar: um fariseu e um publicano. Na opinião do
povo daquela época, os publicanos não prestavam para nada e não podiam
dirigir-se a Deus, pois eram pessoas impuras. Na parábola, o fariseu agradece a
Deus por ser melhor do que os outros. A sua oração nada mais é do que um elogio
de si mesmo, uma auto-exaltação das suas boas qualidades e um desprezo pelos
outros e pelo próprio publicano. O publicano nem sequer levanta os olhos, bate
no peito e apenas diz: "Meu Deus, tem dó de mim que sou um pecador!"
Ele se coloca no seu lugar diante de Deus.
* Lucas 18,14: A aplicação. Se
Jesus tivesse deixado ao povo opinar para dizer quem dos dois voltou justificado para casa, todos teriam
respondido: "É o fariseu!" Pois esta era a opinião comum naquela
época. Jesus pensa diferente. Para ele, quem voltou justificado para casa, isto
é, em boas relações com Deus, não é o fariseu, mas sim o publicano. Jesus virou
tudo pelo avesso. As autoridades religiosas da época não devem ter gostado da
aplicação que ele fez desta parábola.
* Jesus
Orante. É sobretudo Lucas que nos informa sobre a vida de oração de Jesus.
Ele apresenta Jesus em constante oração. Eis uma lista de textos do evangelho
de Lucas, nos quais Jesus aparece em oração: Lc 2,46-50; 3,21: 4,1-12; 4,16;
5,16; 6,12; 9,16.18.28; 10,21; 11,1; 22,32; 22,7-14; 22,40-46; 23,34; 23,46;
24,30. Lendo o evangelho de Lucas você poderá encontrar outros textos que falam
da oração de Jesus. Jesus vivia em
contato permanente com o Pai. A respiração da vida dele era fazer a vontade do
Pai (Jo 5,19). Jesus rezava muito e insistia, para que o povo e seus discípulos
fizessem o mesmo, pois é no contato com Deus que a verdade aparece e que a
pessoa se encontra consigo mesma em toda a sua realidade e humildade. Em Jesus,
a oração estava intimamente ligada aos fatos concretos da vida e às decisões
que ele devia tomar. Para poder ser fiel ao projeto do Pai, ele buscava estar a
sós com Ele para escutá-lo. Jesus rezava os Salmos. Como todo judeu piedoso,
conhecia-os de memória. Jesus chegou a fazer o seu próprio salmo. É o Pai Nosso. Sua vida era uma oração
permanente: "Eu a cada momento faço o que o Pai me mostra para
fazer!" (Jo 5,19.30). A ele se aplica o que diz o Salmo: "Eu sou
oração!" (Sl 109,4).
4) Para um confronto pessoal
1. Olhando no espelho desta parábola, eu sou como o fariseu ou como o
publicano?
2. Tem pessoas que dizem que não sabem rezar, mas elas conversam com
Deus o tempo todo. Você conhece pessoas assim?
5) Oração final
Ó Deus, tem piedade de mim,
conforme a tua misericórdia;
no teu grande amor cancela o meu pecado.
Lava-me de toda a minha culpa,
e purifica-me de meu pecado. (Sl 50, 3-4)
1 - Creio que sou como o publicano. Reconheço sempre que sou pecadora, que tenho muitas limitações e que preciso melhorar. Peço que Deus molde o meu coração para servi-lo melhor onde estiver.
ResponderExcluir2 - Costumo conversar com Deus em meus pensamentos, pois sei que Ele está ao meu lado e escuta o que eu digo.
Sei que sou pecadora, mas converte meu coração para que eu faça a tua vontade.